domingo, 19 de abril de 2009

NARRAÇÃO x DUBLAGEM

O QUE É NARRAÇÃO?
"Narração" é um relato organizado de acontecimentos reais ou imagináveis. Deve-se destacar o movimento dos fatos, mantendo aceso o interesse do leitor, expor os acontecimentos com rapidez, relatando-se apenas o que é significativo.
A narração envolve:
quem? Personagens;
quê? Atos, enredo;
quando? A época em que ocorreram os acontecimentos;
onde? O lugar da ocorrência;
como? O modo como se desenvolveram os acontecimentos;
por quê? A causa dos acontecimentos.
Na narração, deve-se evitar que os acontecimentos se amontoem, sem nenhum significado.
Força-se selecionar fatos relevantes, evitando-se, quando possível, detalhes planos, as séries de adjetivos.
Recomenda-se o uso preferencialmente de substantivos.

O QUE É DUBLAGEM?
A dublagem é a substituição da voz original de produções audiovisuais (filmes, desenhos animados, telenovelas, documentários) pela interpretação de um dublador quase sempre noutro idioma.
Há também dublagem no mesmo idioma, usada para melhorar a entonação do som original, algo utilizado em comerciais principalmente.
No nosso caso, como estamos produzindo um filme de animação, e os personagens nao tem vida própria, precisamos lhes emprestar nossas vozes, gravando em forma de audio os dialogos criados no roteiro.
A dublagem é feita em estúdios de dublagem, com profissionais diversos, dentre os quais os dubladores que são aqueles que com sua voz traduzem verbalmente as obras estrangeiras.
Os primeiros filmes sonoros apareceram em 1925, mas o cinema começou a "dublar" somente em 1927 com o filme "The Jazz Singer - O Cantor de Jazz" que incluía algumas falas, porém o primeiro filme totalmente dublado foi "Luzes de Nova York" lançado em 1929.
O advento do som causou uma revolução no cinema da Europa e Estados Unidos. As falas dos personagens, que até então eram representadas por cartelas e podiam ser traduzidas a todos os idiomas, enfrentaram o primeiro desafio.
Como a legendagem, em princípio, não obteve bons resultados, pensaram até em filmar as cenas em vários idiomas com os mesmos atores ou com outros atores de diferentes partes do mundo. Esta solução, é claro, não era economicamente viável.
Mas em 1930 Jacob Karol inventou um sistema de gravação que permitia sincronizar áudio e imagem. Era o nascimento da técnica que seria chamada de dublagem.
O recurso da dublagem permitiu o aprimoramento da qualidade sonora dos filmes, visto que os equipamentos de filmagens eram extremamente barulhentos, o que nem sempre permitia uma boa captação do som.
Foi também uma boa solução para as tomadas externas em condições adversas.
As vantagens da dublagem não se resumiram a questões técnicas. Os diretores encontraram um meio de poder elaborar melhor a interpretação vocal dos atores, sem aumentar os custos de produção com refilmagens.
A dublagem permitia regravar as cenas tantas vezes quanto fosse necessário até se chegar ao nível de interpretação imaginado pelo diretor do filme.
A maior vantagem do advento da dublagem talvez tenha sido a possibilidade que ela proporcionou aos artistas falarem em muitos idiomas, o que abriu um grande campo de trabalho para outros tantos artistas em muitas partes do mundo.
No Brasil, primeiramente os desenhos animados começaram a ser dublados para o cinema, o que permitiu ao público infantil entender e se deliciar com as grandes obras do cinema de animação.
No Rio de Janeiro, em 1938, nos estúdios da CineLab, em São Cristóvão, o filme Branca de Neve e os Sete Anões marcou o início das atividades da dublagem brasileira, seguido por outras criações dos Estúdios de Walt Disney como Pinóquio, Dumbo, Bambi. Carlos de la Riva, proprietário da Delart Estúdios Cinematográficos, foi o primeiro técnico de áudio a trabalhar com dublagem no Brasil.
Com o sucesso da televisão, a necessidade de dublagem para a tela pequena se tornou imperativa e aos poucos os brasileiros se acostumaram à idéia, quase inconcebível na época, de grandes astros de Hollywood falando português.
Em São Paulo foi fundada em 1958/1959 a Gravasom, uma associação da Screen Gems subsidiária da Columbia Pictures, representada por Hélios Alvarez, com Mário Audrá Jr. (sócio da Cinematográfica Maristela). Ford na TV que apresentava pequenos dramas de 30 minutos foi a primeira série dublada apresentada na TV Brasileira, depois vieram Rin-Tin-Tin, Lanceiros de Bengala, Papai Sabe Tudo e outras.
Os primeiros elencos de dublagem foram integrados por rádio-atores. Eram vozes consagradas na época pelo sucesso das rádio-novelas.
Nelson Machado Filho (pela dublagem do Quico em Chaves), Hermes Barolli (pela dublagem do Seiya de Os Cavaleiros do Zodíaco), Guilherme Briggs (pela dublagem do Cosmo em Os Padrinhos Mágicos) e José Santa Cruz (pela dublagem do Dino da Família Dinossauros) são os dubladores mais conhecidos, atualmente.

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